quinta-feira, 19 de junho de 2008

Amadeo de Souza-Cardoso











Amadeo Souza-Cardoso nasceu em Amarante, em Novembro de 1887. Teve uma vida curta, morreu em 1918 vítima de pneumonia. Foi um pintor precursor da arte moderna que faleceu antes de ver reconhecido o seu trabalho, ou seja, seguiu o mesmo caminho dos vanguardistas do seu tempo, onde paira a incompreensão e a não aceitação a tudo o que é inovador e que desafia as convenções vigentes. Oriundo de uma família rica ingressou num curso de Direito na Universidade de Coimbra. Contudo, rapidamente desistiu e iniciou o curso de Arquitectura na Academia de Belas Artes de Lisboa. Todavia, ainda não é este curso que o satisfaz por completo Amadeu, o que originou a sua mudança para Paris, com o intuito de prosseguir os seus estudos. É porém, nesta cidade que Amadeo deu a conhecer primeiro os seus desenhos e caricaturas e posteriormente a sua pintura. E conheceu Modigliani, Brancusi, Juan Gris, Max Jacob, Sónia e Robert Delaunay, entre outros. As suas obras sofreram múltiplas influências: impressionistas, cubistas, expressionista e futurista. Contudo, é de realçar que sempre rejeitou rotular a sua obra. Em 1913 participou na famosa exposição “Armory Show” em Nova Iorque e também expôs na “Galeria Der Sturm de Berlim”. Posteriormente voltou a Lisboa em 1915 e 1916 expôs em Lisboa e Porto o que originou um enorme escândalo. Em 1925 foi realizado em França uma retrospectiva do artista, contendo cerca de 150 trabalhos que foram bem aceites pelo público de então e pela crítica. Em Portugal, em 1935 foi criado um prémio cujo objectivo estava relacionado com a distinção de pintores modernistas, “Prémio Souza- Cardoso”.

Texto:Anabela Ribeiro

sábado, 14 de junho de 2008

Maria Helena Vieira da Silva-100 anos











Maria Helena VIEIRA DA SILVA (1908-1992), pintora de origem portuguesa, nasceu em Lisboa, no seio de uma família que cedo estimulou o seu interesse pela pintura, pela leitura e pela música. Em 1928 vai para Paris onde estuda escultura, optando definitivamente pela pintura em 1929. Em 1930 casa-se com o pintor húngaro, Arpad Szenes. Pintora de temas essencialmente urbanos, a sua pintura revela, desde muito cedo, uma preocupação com o espaço e a profundidade. Vive no Brasil de 1940 a 1947. A sua pintura desse período reflecte a angústia da guerra. Depois do seu regresso a Paris, na década de 50, participa em inúmeras exposições em França e no estrangeiro. Em 1956 obtém a nacionalidade francesa. O estado francês adquire obras suas a partir de 1948 e em 1960 atribui-lhe a primeira de várias condecorações. A partir de 1958, organizam-se retrospectivas da sua obra e são-lhe concedidos importantes prémios internacionais. Em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta a sua obra em 1970, 1977 e 1988. Em 1983, o Metropolitano de Lisboa propõe-lhe a decoração da estação da Cidade Universitária; a obra Le métro (1940) é reproduzida em azulejos com a colaboração do pintor Manuel Cargaleiro. Em 1994, é lançado o Catálogo Raisonné da sua obra. Pintora da Segunda Escola de Paris, Vieira da Silva teve um importante papel no panorama da arte internacional.

Texto: Fundação Arpad Szenes

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fernando Pessoa-120 anos


Álvaro de Campos
Lisbon Revisited
(l923)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

QUINTO / NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!

Valete, Frates.
Fim
de "Mensagem"
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terça-feira, 3 de junho de 2008

Roberto Borges
















Roberto Borges nasceu em 1963 em Caála-Angola.Estudou na Escola de Artes Decorativas de António Arroio no curso de Imagem (cinema e fotografia) e Desenho (1987-1990) e na Sociedade Nacional de Belas Artes no curso de Desenho (1992-1996),curso de Iniciação à Teoria da Cor(2006-2007).Actualmente está inscrito na NextArt onde frequenta o curso de Desenho do Corpo Humano.

Franz Ackermann







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Merlin Carpenter